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Um pequeno Quixote questionador

 

O são-luizense Alex Garcia colaborou com o II Seminário Internacional sobre Exclusão, Inclusão e Diversidade, que realizou-se de 22 a 25 de março, em João Pessoa, Paraíba. E levou à capital paraibana os principais nomes da área para debater a questão da inclusão social, como premissa para que possamos construir um país mais humano, democrático e solidário. Alex desenvolveu a conferência "Surdocegueira e Inclusão no Brasil" no dia 23, pela manhã, para um público de aproximadamente 500 pessoas, na Estação Cabo Branco, em João Pessoa, local do evento.

Centenas de pessoas ouviram Alex Garcia em João Pessoa

LIÇÃO – O sucesso de Alex Garcia, seu dinamismo e entusiasmo contagiaram a todos como podemos perceber nos comentários recebidos da coordenação e de participantes do seminário. A coordenadora do evento, Sandra Santiago, disse que "comentar sobre a participação de Alex Garcia no II Seminário Internacional implica em ir além da conferência proferida por ele. Foi uma palestra memorável, extrapolando nossas expectativas. Mas, certamente, não há nada de novo neste depoimento, pois é isto que ocorre em todos os eventos dos quais Alex participa".

Enfatiza Sandra Santiago que "prefiro tecer mais comentários acerca de sua presença entre nós, para além da conferência. E, quanto a isto, saliento que os momentos passados com ele, extra-conferência, foram ainda mais poderosos que aqueles usufruídos no auditório. Para o público que usufruiu diariamente de sua atenção, gentileza e presteza, Alex foi a presença mais solicitada. Para os alunos e trabalhadores do evento, que aprenderam na prática quais os limites e possibilidades da inclusão, Alex foi uma grande lição. Para nós, profissionais comprometidos com a causa da inclusão, Alex foi um elixir de esperança e coragem. Em síntese, se o Alex Garcia é exemplo de superação, garra e sabedoria, usufruir da sua presença entre nós, embora de maneira rápida, é sempre um convite à reflexão e ao aprendizado vivo, contextualizado, que comumente não encontramos nos compêndios científicos nem nos discursos doutorais. Respeito às diferenças é tudo que precisamos. Parabéns, Alex Garcia, e obrigada pela sua amizade e parceria".

EXEMPLO – Já Élida Gama Chaves do Grupo LEAD – Conduzindo Acessibilidade Audiovisual do Ceará, destacou: "Alex Garcia balançou com a normalidade neste II Seminário Internacional em João Pessoa. Para mim, foi uma experiência intrigante ouvir uma pessoa surdocega falar tão critica e abertamente das políticas e dos interesses políticos que dizem respeito à pessoa com deficiência. O foco da palestra do Alex não foi a sua experiência de vida, mas sim o esclarecimento para o público em geral sobre o processo de exclusão das pessoas com deficiência. Surpreendi-me. Esperava ouvir o relato de vida de alguém com conhecimento de causa. No entanto, percebi que o Alex é mais do que surdocego ou pessoa com deficiência que venceu. Ele é uma referência, um exemplo de luta pela conscientização das pessoas com deficiência sobre seus direitos e deveres, e pela conscientização das pessoas que regem as políticas públicas sobre a necessidade de mudança atitudinal. Se não mudarmos nossa atitude com relação às diferenças, nunca estaremos preparados para lidar com as deficiências".

QUIXOTE – E Ana Maria Meireles ressalta: "Diante da exposição de Alex, devo dizer que apesar de ouvir depoimentos por vezes em eventos outros relacionados a essa temática (ainda polêmica), foi muito bom ouvir aquilo que vem do coração, mesmo que fundamentado em leis e regimentos e teorias. Alex demonstrou falar do que acredita e não apenas o que as gerências (digamos assim) quisessem ouvir de você. naquele momento, ou seja, você de fato balançou a normalidade, surpreendeu. E quando colocou "permita-me sempre ser este pequeno Quixote sonhador", eu diria "pequeno Quixote questionador", só que no sentido de crescimento, mudança de atitudes, enfim, diante esse novo modelo que está sendo exposto, mas que precisa ser discutido com todos e assim correr caminhos propícios, onde às vezes são iguais. Como você bem colocou, que entre os palestrantes, aquele com deficiência que não apenas fale das suas dificuldades, história de vida, mas que tenha direitos iguais em discorrer sobre temas propostos".



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